Eugênio Colonnese, quadrinhista italiano radicado há mais de quatro décadas no Brasil, foi um dos brasileiros a desenhar para a Sergio Bonelli Editore.
O traço de Eugênio Colonese teve presença em Mister No 362 (julho/2005) e 363 (agosto/2005), na reta final de Mister No antes do cancelamento do título na Itália, mas o que pouca gente sabe é que esta aventura de Mister No, embora sendo publicada em 2005, foi desenhada por Colonnese nos anos 90.
Após uma bem-sucedida carreira na Argentina, iniciada em 1949 no longevo gibi "El Tony" e culminando na renomada editora Columba, Colonnese chegou ao Brasil em 1964, estabelecendo-se em Santo André, São Paulo.
Encontrando um mercado bastante receptivo ao seu talento, desenvolveu intensa produção de HQs entre 1964 e 1970, a frente do Estúdio D'Arte, em sociedade com o também quadrinhista Rodolfo Zalla e que tinha em seu "cast" jovens artistas como Osvaldo Talo, Luiz Meri, Luscar e Rubens Cordeiro.
Colonnese transitava com desenvoltura pelos gêneros de terror, guerra e até de super-heróis, com seus personagens Mylar, Superargo e Escorpião.
Porém, são provenientes das HQs de terror suas criações mais populares e reverenciadas até hoje pelos fãs: Myrza, a Mulher-Vampira (tida como a principal "bad girl" dos quadrinhos brasileiros) e o sarcástico Morto do Pântano, ambos concebidos em 1967.
Na década de 1970, passou a ilustrar livros didáticos para a Editora Ática, que adotou as HQs como linguagem de ensino. Acabou por assumir a direção de uma das divisões artísticas da editora em 1979, permanecendo no cargo até 1999.
De 1980 em diante, sua produção de HQs foi retomada, publicando em revistas de terror da época, como a "Spectro" e os títulos "Calafrio" e "Mestres do Terror", da Editora D'Arte. Nesta época, quadrinizou também as aventuras do cowboy circense Beto Carrero. Colonnese segue criando personagens até hoje, tais como a Shadow Lady (a ser lançada em breve).
Ganhador de vários prêmios em exposições de arte e homenageado por associações de desenhistas e órgãos governamentais, desenhou a História do Brasil para o Ministério de Relações Exteriores, em 1990, que foi publicada nas Filipinas em inglês e no idioma nativo.
Atualmente, Colonnese ministra aulas na ESA – Escola Estúdio de Artes.
Atualmente, Colonnese ministra aulas na ESA – Escola Estúdio de Artes.
Entre suas últimas obras publicadas, destacam-se o "Curso Completo de Desenho" em cinco edições, pela Editora Escala e "A arte exuberante de desenhar mulheres", pela Editora Opera Graphica, ambos excelentes guias para os aspirantes a quadrinhista.
Também pela Opera Graphica, temos os álbuns de Myrza e O Morto do Pântano, além de "O Espírito da Guerra", contendo quatro HQs inéditas produzidas em 1967/68 e que se passam na Segunda Guerra Mundial (uma boa pedida para aqueles que curtem os episódios bélicos de Mister No).
Fumante inveterado, Eugênio Colonnese sofreu um AVC - Acidente Vascular Cerebral - em meados de junho 2008 e veio a falecer na madrugada de 8 de agosto do mesmo ano, em decorrência de falência múltipla de órgãos.
PS.: eu sou grato em estudar na ESA: Escola Studio de Artes, pois o próprio MESTRE me ensinou por 3 anos. Aprendi muito com ele e senti muito sua perda. OBRIGADO Mestre!!!!
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